Oficialmente, a Segunda Guerra Mundial acaba com a rendição do Império Nipônico após a derrota imposta pelos EUA em 1945. Hiroo Onoda tinha 22 anos quando foi designado como oficial de inteligência e enviado para combater nas Filipinas. Embrenhado nas matas, continuou lutando por 30 anos, mesmo após o término da guerra, por não acreditar que o Japão havia perdido.
Após a retomada do País pelo exército americano, a maioria das tropas japonesas foi morta ou capturada. Onoda, Segundo Tenente, e um bando de soldados conseguiram escapar escondendo-se na selva densa. Anos de luta fizeram que um de seus companheiros se entregasse às autoridades e os outros dois fossem mortos em atritos com forças locais, deixando-o só nas montanhas.

Hiroo Onoda | Imagem de @kenonoda
For anos a fio, Onoda conseguiu escapar do exército americano, das tropas filipinas, da polícia, de fazendeiros locais e ainda não se deixou seduzir pelas mensagens panfletadas em japonês informando o fim da guerra. Em 1960, Onoda foi considerado oficialmente morto pelo Governo Japonês. Mas isso não impediu que excursões japonesas saíssem a sua procura, chamando-o com o auxílio de amplificadores. Até mesmo sua mãe participou numa dessas excursões, onde gritava repetidamente “Venha meu filho, eu quero te reencontrar!”. Tudo infrutífero, pois Onoda julgara ser ardil do inimigo para sua captura.
Certo dia, surpreendeu um jovem em seu território, seu nome era Norio Suzuki. “Sou japonês, sou japonês!” gritou desesperado o estudante ao perceber o uniforme do soldado. Convencido, Onoda ouviu sobre o fim da guerra e como tudo havia se transformado em sua terra natal. Recusou-se ainda a aceitar que a guerra tinha acabado, a menos que recebesse ordens para baixar armas diretamente de seu oficial superior. Suzuki então resolveu ajudá-lo e, munido de uma fotografia sua com Onoda, voltou ao Japão.
Algum tempo se passou até que governo do japonês encontrasse o oficial comandante de Onoda, Taniguchi, que havia se tornado um livreiro. Em 1974, Taniguchi voltou a Lubang e, trajado em seu antigo uniforme, ordenou o baixar armas ao Tenente. Retornando ao Japão, foi recebido com grande festa e alforria por seus patrícios. Mas ficou chocado ao ver no que a sociedade japonesa havia se tornado: capitalismo, superficialidade e traição dos princípios pelos quais lutou tão bravamente.
Inconformado, Onoda resolveu sair do país. Repensar a vida em algum lugar distante. Um lugar onde pudesse realizar seu sonho.
Adivinhe onde ele foi parar?
Brasil! Onoda sempre quisera criar gado. Graças a um programa de rádio que ouvia num velho aparelho na selva filipina. Ainda há parentes dele vivendo por ali e no Japão também.
Sempre achei incrível essa relação surreal entre Brasil e Japão. Como dois países que não tem NADA a ver, podem ser tão próximos?
O filme está em inglês, mas acredito que há mais chances de se entender algo do que o em japonês. Bem intrigante!
A história de Onoda é realmente fascinante, apesar de muitas pessoas o acusarem por ter matado 30 habitantes filipinos durante o período que passou escondido (recebeu o perdão do presidente depois que sua história tornou-se pública). Hoje em dia é um simpático senhor que ensina técnicas de sobrevivência na mata a crianças e dá palestras sobre perseverança e vontade de vencer.
Se ele não sabe o que é perseverar, ninguém sabe. Fato.
Se você gostou da história, há uma auto-biografia em português, intitulada “Os Trinta Anos de Minha Guerra”. Comecei a ler e achei interessantíssima. Há também um especial de TV, chamado “実録・小野田少尉 遅すぎた帰還”, se alguém achar onde tem, por favor me avise!
para “googlar”: 小野田寛郎
また今度!
mata kondo!
To bege! Que história fascinante! 😉
Totalmente surrealista essa historia. Pensei que o senhor Onoda tinha surtado. Tinha que virar filme essa estoria – e ninguem iria acreditar que e’ baseada em fatos reais.
Pois é, tinha que virar mesmo. Agora difícil mesmo é definir o tema do filme. Ação, drama ou comédia? rs
Comédia? Comédia? Por favor! Essa é uma história de patriotismo e lealdade incondicionais.
Interessante a história. Acredito que como ele, deve ter havido muitos japoneses que se recusaram a admitir a derrota na guerra. Mas, na minha opinião, o que torna essa história ainda mais interessante do que qq outra, é que ele escolheu o Brasil para ser feliz e realizar o seu sonho!!! PS: Para quem não sabe, a música de fundo da reportagem em inglês não é nenhuma trilha sonora criada para criar um clima de triunfo! Trata-se do hino nacional do Japão!
Queria saber como alguém que passa 30 anos no matagal resolve ir relaxar: no matagal. rs
Outra: quem será que deu a dica para ele? “Olha, Onoda-san. Tem um país lá na pqp que tem tudo o que você quer. Ou seja, nada de regras, ordens ou estresse.”. rs
1- O Sr.Onoda tem afinidades com a Natureza, com o matagal, por isso se deu bem com ela e por isso resolveu viver com ela.
2- O Sr.Onoda tinha um irmao que falava muito sobre o Brasil e as possibilidades de imigracao. A Jamic, do loteamento em que ele criou a sua fazendo no MS era uma organizacao japonesa de colonizacao que deve ter oferecido o terreno.
Super bacana a historia do Sr Onoda.
Ele reside em MS, numa comunidade de niponicos chamada Jamique.
Mas bacana ainda q ele eh super humilde, gente boa e super do bem.
Sou de Campo Grande, e Sr Onoda eh amigo de meu avo o unico q tem dominio total do idioma jap em casa.
Beijao a todos ai e super bacana o teu blog!!
História incrível, Shiguemoto-san. Tava com saudade de seus posts!
Um beijo!
Amigos,
Sou documentarista, meu nome é Marinho Andrade, penso nesta história desde 1980, gostei muito de ver estas imagens, ainda quero contar esta saga, da minha forma.
Obrigado
Marinho Andrade
Conte! Conte sim. A história é muito boa.
Conte e nos avise depois!
Boa sorte!
Esse sim é herói
Tio avo d meu filho,reside no japao,onde sua estoria veridica eh valorizada de acordo com o que ele merece,dono de uma lucidez invejavel.Tive o privilegio d conhece-lo em2008,pq so vem ao Brasil por obrigacao,ja q eh um pais onde nao existe patriotismo!E a proposito ele nao tinha,tem irmao no Brasil.E existe no japao um museu onde encontra se seus pertences de guerra alguns em perfeito estado!
So lamento nao conseguir ter falado com ele,pois so fala japones!e eu falo muito pouco!acho isso tudo q ele fez maravilhoso e muito maluco,meu filho vai ter muita historia pra contar pq eu sou descendente d alemaes(mann) e ele mistura de japones,brasileiro e alemao!Algo lindo q nosso pais proporciona em materia de misturas de etnias culturas e racas…Obrigad Brasil eu te amooooo
Não estou conseguindo achar o livro escrito por Onoda Sama. Alguém sabe onde posso achar?
Esse Hiroo Onoda é acima de qualquer média.
Se me dessem oportunidade de falar com ele, faria de tudo para aprender Japonês.
Conseguiria passar meses a fio ouvindo sua história de vida!!!
História muito linda. Eu amo o povo do Japão. Minha saudosa mãe foi criada por uma família japonesa. Ela nos transferiu a garra, a honra e a determinação dessa gente. Nosso país fez muito bem aceitar os japoneses. Eles estão ajudando esta nação crescer. VIVA O JAPÃO. VIVA O BRASIL.