André Fernandes – Letônia
Um país que tive a chance de conhecer através de amigos locais, ainda não muito conhecido por brasileiros, a Letônia. Faz divisa ao sul com a Lituânia; ao norte, com a Estônia; no sudeste, com Bielorússia e ao leste, com a Rússia. A língua oficial é o letão, e muitos locais falam russo e inglês. E a capital do país é Riga.
Os letões são educados e receptivos, porém, mantêm uma certa distância na vida social. De início, podem parecer frios, eles são amigáveis e se abrem com o tempo. Depois que se abrem, encaram como uma amizade para toda a vida. Eles têm aquela coisa de preservar seu espaço pessoal, a sua aura, e levam este aspecto a sério. É tranquilo contatar as pessoas na rua para pedir uma informação, por exemplo, mas se puxar conversas mais longas com uma pessoa desconhecida, eles tendem a achar invasivo e irritante. Notei que, até mesmo em bares e festas, letões só sentiam à vontade para conversar comigo assim que viam que eu estava junto com locais.
Riga, a capital e maior cidade da Letônia, possui uns 500 mil habitantes e se estabeleceu como um histórico entreposto comercial entre os bálticos e os russos. Nesta cidade, está localizado o maior porto dos Bálticos, e o Mar Báltico não congela no inverno como ocorre em São Petersburgo (Rússia), o que impulsiona o comércio na região.
Fácil de se locomover e segura, Riga mistura paisagens modernas e históricas. Eu, particularmente, adorei a atmosfera do local e é uma das cidades onde eu viveria. É facilmente acessível pela estrada E-67, que atravessa os países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia) até a Rússia; além de ferry boat para Estocolmo (Suécia), Helsinque (Finlândia) e Tallin (Estônia). Se dirigir na Letônia, não beber! As leis no país não toleram uma gota de álcool sequer, é direto para a cadeia!
A cidade possui uma rica e diversa arquitetura, com uma grande coleção de edifícios no estilo Art Noveau, construídos entre o século XVIII e a 1ª Guerra Mundial, decorados com desenhos florais e de animais. Na parte lesta de Riga, destacam-se construções modernas, como a Biblioteca Nacional e Torre de TV com 368 metros de altura. As construções de madeira são uma marca da arquitetura local. Tudo isso rendeu à parte antiga de Riga o título de Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Além da arquitetura, o Rio Daugava marca a paisagem local ao atravessar a cidade.
Na minha viagem na Letônia, foi marcante a sorte que tive de ir ao Festival Nacional de Música, graças a uma amiga local. O festival é realizado a cada 5 anos, reúne grupos folclóricos de todas as parte do país e possui grande importância como retrato da identidade nacional. Havia aproximadamente 40 mil pessoas, 6 horas de música! Em nenhum outro evento a que fui, vi pessoas com cartazes como “compro ingressos”. E o próximo, só em 2018! Foi também interessante notar a forte influência de culturas pagãs presentes no cotidiano dos letões, na música, no culto à natureza e em rituais para celebrar a chegada da primavera e do verão.
A 20 km de Riga, vale visitar a praia de Jurmala, frequentada por letões e russos, já que muitos locais falam a língua russa. A título de curiosidade, a água do Mar Báltico não é salgada. Espero ter encorajado mais brasileiros a descobrirem a Letônia em suas próximas viagens!
*André Fernandes, nascido em Santa Catarina para ser um nômade pelo mundo. Voltou ao Brasil e já está pensando nas próximas aventuras! Saiba mais sobre ele clicando aqui.
Pq os indianos usam um pingo vermelho na testa?